Capítulo

Silvia Magalhães não vacilou e assinou seu nome na linha destinada à desfiliação. 

Eram duas vias do documento de desligamento.- 

Silvia ficou com uma das cópias e, em seguida, virou–se para João Gomes e Jéssica Moura, declarando: “Senhor e senhora, até logo.” 

Com o documento de desligamento assinado, não havia mais razão para chamá–los de pai e mãe. 

Continuar a fazê–lo só levantaria suspeitas de segundas intenções. 

Ao terminar, Silvia Magalhães ajoelhou–se, curvando–se solenemente diante de João Gomes e Jéssica Moura, e agradeceu profundamente: “Obrigada pela acolhida e pela criação durante todos estes anos.” 

A gratidão é um dever. 

A familia Gomes cuidou do corpo anterior de Silvia, e ela estava agradecendo em seu nome. 

Não, Renata Gomes não podia simplesmente permitir que Silvia partisse assim! Ainda havia favores que Silvia poderia lhe fazer! 

Se Silvia partisse, quem se casaria com aquele homem desprezivel? 

O rosto de Renata Gomes exibiu um lampejo de veneno, rapidamente substituido por uma expressão de cordialidade: “Silvia, realmente desejo que você fique. Mudar de uma vida de luxo para uma simples é dificil… Receio que você não se adapte à vida fora daqui. Fique, e juntas, cuidaremos bem de nossos pais.” 

As palavras de Renata Gomes foram habilmente calculadas. 

Primeiro, ela acusava Silvia Magalhães de ingratidão, de não querer recompensar a criação recebida pensando já em partir. 

Segundo, mostrava sua própria generosidade diante de todos. 

Ao ouvir isso, as pessoas ao redor lançaram olhares diversos para Silvia Magalhães. 

Era isso mesmo. 

Silvia Magalhães era realmente ingrata, não? 

Desejava partir sem retribuir o cuidado que lhe foi dado! 

Ao escutar as palavras, Silvia Magalhães devolveu o olhar suavemente, com uma voz tranquila: “Srta. Gomes, se não me falha a memória, sua mãe também cuidou de você por dezoito anos. Por que não permanece ao lado dela para retribuir o carinho?” 

Renata Gomes ficou sem palavras. 

Silvia Magalhães não deu a Renata a chance de responder, levantando–se graciosamente do chão, e com um ligeiro erguer de queixo, a luz refletia em seu rosto como se fosse feito de neve: “Não 

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faça aos outros o que não deseja para si.” 

Renata Gomes simplesmente não conseguia acreditar que a pessoa diante dela era Silvia Magalhães! 

O que estava acontecendo

Desde quando a Silvia Magalhães, antes tão apagada, se tornou tão articulada

Seria este um efeito borboleta de sua ressurreição? 

Quando Silvia Magalhães estava prestes a se retirar, seu olhar cruzou com o de um homem de presença marcante. 

Seus olhos estreitaram–se ligeiramente, emanando autoridade. 

Ela manteve sua expressão neutra, impassível. 

O homem estava vestido com um sobretudo de estilo antigo, todos os botões meticulosamente fechados. Seu rosto era marcado por traços firmes, sua pele pálida e fria, e sua presença emitia uma aura de distanciamento, como se fosse um soberano distante dos meros mortais. 

Silvia Magalhães, com sua experiência em decifrar pessoas, sabia que esse homem não era um simples aristocrata, e certamente não era alguém a ser provocado. 

Ela preferia evitar atrair a atenção de tal figura. 

Rapidamente, Silvia Magalhães desviou o olhar e preparou–se para sair. 

O homem continuou observando a direção pela qual Silvia Magalhães desapareceu, sua expressão inescrutável, os dedos tamborilando sobre a mesa.. 

Leandro contemplava o crepúsculo, observando as luzes noturnas que começavam a brilhar, como estrelas descendo à Terra: “Não, é apenas que… sua voz se perdeu ao vento. 

Ayrton Vieira o observava, sua curiosidade tingida de preocupação: “Você parece distante esses. dias, amigo. Alguma coisa te preocupa?” Ayrton não era apenas um amigo para Leandro, mas um irmão que o destino lhe concedera. 

Leandro sorriu levemente, embora seus olhos permanecessem distantes: “Às vezes me pergunto se o caminho que estou seguindo é realmente o que desejo para minha vida” – ele murmurou. 

A mão de Ayrton repousou em seu ombro: “A vida é feita de escolhas, Leandro. E cada escolha nos leva a um novo caminho” – Ayrton sempre possuía palavras sábias, fruto de longas conversas com seu avô, um conhecedor das estrelas e das plantas. 

Leandro assentiu, reflexivo: “Você está certo” – concordou, suspirando: “As vezes, sinto que preciso de algo mais que pão de queijo ou canja para preencher o vazio aqui” – disse, tocando o peito levemente. 

Ayrton sorriu: “Talvez seja hora de procurar algo novo. Um sabor exótico, uma experiência que te desafie e te traga novas sensações.” 

Leandro ponderou sobre a ideia e concordou: “Talvez você esteja certo. Vamos para casa. 

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Amanhã é um novo dia, e quem sabe o que nos espera?” Com um último olhar para onde Silvia 

havia desaparecido, Leandro virou–se, pronto para enfrentar o que o futuro reservasse, com Ayrton ao seu lado. 

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