Capítulo 62

Desviei o olhar, sem vontade de olhá–lo nem por mais um segundo: “Não preciso da sua ajuda.”

Adonis deu um sorrisinho: “Mesmo sem saber por que você está fugindo, se você descer do carro agora, com certeza vão te pegar.”

“Você está de bobeira?“encostei no banco e perguntei.

Realmente, pedir para o Adonis me tirar dali era uma solução.

“Um pouco.“Adonis concordou.

“Tire–me do hospital.“Eu disse com voz firmé.

Adonis não se recusou e fez um sinal para o motorista seguir em frente.

Me escondi debaixo do banco, evitando ser vista por qualquer pessoa que passasse. Adonis sentou–se ao meu lado, bloqueando a visão de quem estava do lado de fora.

“Chegamos.“Saímos do hospital e Adonis pediu para o motorista parar em um lugar seguro. Olhei desconfiada pela janela do carro e encarei Adonis: “Por que você está me ajudando?” Adonis olhou nos meus olhos por um tempo: “Você me lembra… um velho conhecido.”

“Conhecido?“Eu ri, sentindo uma náusea crescente.

Que nojo, para quem ele pensa que está mostrando esse sentimentalismo?

“Aqui está meu cartão, se tiver algum problema, pode me ligar.“Adonis me entregou um cartão de visitas. Peguei o cartão e saí do carro. Assim que o carro de Adonis se afastou, rasguei o cartão em pedaços e joguei no lixo.

“Adonis, você, Morgana e esse assassino me devem algo, e eu vou cobrar cada centavo!”

Ao sair da rua estreita, prendi o cabelo e o escondi sob um boné, abaixando a cabeça para prosseguir. Depois de andar por algumas ruas, peguei emprestado um celular em um café e liguei para Mafalda. Não podia ir diretamente até Mafalda, seria muito óbvio, eu precisava que ela viesse até mim. “Alô?“Do outro lado da linha, a voz rouca e familiar de Mafalda, que chorava todos os dias, respondeu: “Quem está procurando?”

Meus olhos se encheram de lágrimas e eu tremi, inclinando–me sobre a mesa: “Se quiser saber como sua amiga Luna morreu, não conte a ninguém… Venha sozinha até a cafeteria na esquina da Mansão no 13.” Do outro lado, Mafalda ficou alerta.

“Quem é você?”

Não respondi, com medo de que a emoção me fizesse chorar.

“Quem é você, afinal?“, ela perguntou novamente, ansiosa.

Cobri minha boca para não chorar e desliguei o telefone.

Entreguei o telefone de volta ao garçom e chorei na mesa por um longo tempo.

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Capitulo 62

Cerca de quinze minutos depois, Mafalda apareceu.

Ela morava aqui perto, e foi por isso que escolhi esse café, e também porque… sempre que eu não estava bem, vinha para esse café, que se tornou quase um quartel–general secreto para nós duas.

Ela chegou apressada, de chinelos.

Olhando ao redor com cautela, procurava a pessoa que havia ligado.

“Aqui.“acenei para ela.

Ela se aproximou depressa, desconfiada: “Você…”

Ela olhou nos meus olhos por um longo tempo, como se quisesse dizer que eu me parecia muito com Luna.

“Você disse que sabe… como minha amiga morreu?“ela perguntou baixinho, com os olhos vermelhos. Assenti e olhei ao redor: “Se aos trinta anos nenhum de nós tiver casado, vamos largar tudo e passar seis meses viajando pelo mundo. Se aos quarenta ainda não encontrarmos alguém, vamos desistir de casar, comprar uma casinha no sul e viver lá juntas. Se der, vamos adotar uma criança…”

Mafalda me olhou com crescente surpresa, cobriu a boca com a mão e começou a tremer: “Quem é você, afinal?”

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