Capítulo 36 

Amélia apenas assentiu gentilmente com a cabeça

“Se eu não estiver aqui, providenciarel outra pessoa para cuidar de você, não precisa se preocupar“, disse Rafael, ajudando–a a levar a mala para o quarto principal, olhou para o relógio de pulso e disse. “Já está tarde, você deveria descansar.” 

Amélia acenou com a cabeça em silêncio. 

“Você também, descanse cedo.” 

Rafael murmurou um “hum” leve, e ao sair, fechou a porta para ela. 

Amélia já havia se lavado em casa, apagou a luz e foi para a cama

O colchão do hotel cinco estrelas era confortável e macio, mas Amélia não tinha vontade de dormir. 

Havia se passado apenas meio dia e tudo parecia ter voltado à estaca zero. 

Não era uma sensação boa. 

Involuntariamente, a mão de Amélia deslizou sobre o ventre liso, sabendo que o cerne de todos os problemas estava naquela criança, exatamente como dois anos atrás. 

A sensação de reviver a vida passada a fazia resistir instintivamente. 

Na segunda metade da noite, ela acabou adormecendo nessa resistência, entre sonhos e vigilia; cada vez que fechava os olhos, sonhava. Nos sonhos bizarros, Amélia parecia voltar para a casa de Rafael na Cidade Oeste, onde morava sozinha o ano todo, grande e vazia, sem nenhum sinal de vida, mas também sem a liberdade que imaginava. o rosto elegante e apropriado da mãe de Rafael, Sophia, aparecia frequentemente em seus sonhos, e nas entrelinhas de suas palavras afiadas, Amélia acordava suando frio. Quando olhou pela janela, já estava amanhecendo. 

As palmas das mãos de Amélia passaram pela franja da testa em direção à nuca, e ela podia sentir uma leve umidade distinta nas raízes do cabelo sob os dedos. 

Ela ficou em silêncio por um momento, observando o quarto vazio e belo, e, em apenas uma noite, começou a sentir falta de seu pequeno e acolhedor quarto individual. 

O quarto tinha um banheiro privativo, com todos os artigos de higiene disponíveis. 

Amélia se lavou mecanicamente, arrumou o cabelo, trocou de roupa e só então abriu a porta do quarto. 

A porta do quarto ao lado já estava aberta. 

Os olhos de Amélia se moveram do quarto aberto para a sala de estar, onde Rafael estava preparando o café da manhã na cozinha aberta. 

Capitulo 36 

A figura alta e ereta, vestida com roupas de casa escuras, tinha perdido um pouco do ar austero dos trajes de escritório, e parecia mais serena e caseira. 

Rafael sabia cozinhar, e fazia Isso muito bem: Amélla sempre soube disso. 

Mas ela raramente tinha a oportunidade de comer algo felto por Rafael, e raramente o via tão atarefado na cozinha. 

A vida cotidiana nunca foi parte de sua vida; sua existência se limitava àquela mesa de escritório. 

Quando ele costumava sair do trabalho nos fins de semana e os dois ficavam juntos em casa, Rafael ainda cozinhava ocasionalmente, mas não com frequência. Amélia não sabia se ele não tinha interesse ou porque ela já havia se antecipado fazendo tudo, deixando–o sem espaço para mostrar suas habilidades. 

Durante seu tempo em casa, ela desenvolveu um reflexo condicionado de cozinhar na hora certa, como se fosse a única maneira de provar que não era inútil. 

Mas Amélia sempre odiou esse condicionamento. 

Ela não conseguia se lembrar há quanto tempo não via isso, e a última vez que se lembrava bem foi quando se casou pela primeira vez, quando estava grávida e a cozinha era assunto exclusivo de Rafael. 

Parecia que o tempo havia feito um ciclo completo. 

Rafael, percebendo que estava sendo observado, parou o movimento de fritar o ovo e virou–se, encontrando Amélia, que o olhava fixamente. 

“Acordou?” Ele perguntou, desligando o fogão a gás. 

Amélia acenou com a cabeça levemente: “Sim.” 

Seu corpo inteiro parecia um pouco revigorado. 

Rafael caminhou até ela e ficou na sua frente: “Não dormiu bem ontem à noite?” 

Amélia hesitou por um momento, e depois acenou com a cabeça francamente: “Não.” 

“A cama não é confortável? Ou não está acostumada?” Ele perguntou, levantando a mão para afastar o cabelo pendente dela. 

Amélia balançou a cabeça levemente: “Não 

é nada disso.” 

Rafael a olhou profundamente e não fez mais perguntas. 

“Vamos comer,” disse ele. 

Amélia assentiu silenciosamente, sentou–se à mesa e observou–o atarefado servindo a comida, depois sentou–se à sua frente. 

Ele colocou o leite aquecido na frente dela: “Beba um pouco de leite primeiro.” 

“Obrigada.” Amélia agradeceu suavemente e tomou um pequeno e lento gole do leite antes de olhar novamente para Rafael. 

Rafael também estava tomando o café da manhã, com um copo de leite na mão esquerda e um pedaço de pão na direita. 

Amelia observava enquanto ele mordia o pão, mastigando calmamente, e depois dava outro pequeno gole no leite. seus movimentos ao comer eram sempre elegantes e agradáveis de se 

ver. 

Rafael engoliu o pedaço de pão antes de olhar para ela: “Não está com fome?” 

Amélia balançou a cabeça levemente: “Não, não é isso.” 

Ela tambem tomou um gole de leite antes de continuar: “Eu tive um pesadelo ontem à noite.” 

Rafael lhe deu atenção: “Que tipo de pesadelo?” 

Amelia: “Sonhei que ainda não estávamos divorciados e me senti sufocada.” 

Rafael olha para ela sem dizer nada. 

“Rafael você sabe? Os dois anos em que estivemos casados, na verdade, eu não fui feliz.” Amelia também o encarava, sua voz era suave. 

*As vezes eu não consigo evitar de pensar que, talvez, a criança que não conseguimos ter, não sobreviveu porque sentiu minha infelicidade. Ela sabia que não seria feliz em nossa casa, e por isso, talvez ela não tenha querido vir ao mundo.” 

Capitulo 37 

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