Capítulo 11 

Quando Amélia passou pelo controle de segurança, Pedro também terminou. 

Os dois foram juntos para a sala de embarque, um atrás do outro, mantendo distância e não conversando muito pelo caminho. 

Na sala de segurança, cada um se sentou em assentos vagos. 

Pedro sentou–se ao lado de Amélia, e assim que se acomodou, retirou o celular do bolso, aparentemente com trabalho a fazer. 

Amélia não emitiu nenhum som e, lentamente, moveu seus olhos da multidão de pessoas no terminal para a janela. 

Lá fora, o céu já começava a escurecer. 

as luzes do pátio brilhavam intensamente, aviões decolavam e pousavam, e a noite, iluminada. aprofundava a sensação de despedida

Amélia lembrou–se da chamada de Rafael que fora atendida e desligada rapidamente, seus dedos deslizando pela borda do celular, sua emoção não tão tranquila quanto ela esperava. A qualquer momento, Rafael sempre poderia facilmente mexer com suas emoções. 

Ela queria retornar a ligação, perguntar–lhe o que havia acontecido, mas então se lembrou do dia em que se despediram, quando ele a abraçou suavemente e pediu que ela se cuidasse, e do seu silhueta decidida ao se virar para ir embora. Seus dedos pararam de deslizar pelo celular e seu olhar voltou a se fixar nas luzes distantes pela janela. 

O desconforto em seu estômago e intestinos não diminuía porque ela não se importava, mas tendia a piorar. 

Seu próximo voo seria de mais de dez horas, e ela estava um pouco preocupada que algo estivesse errado com seu corpo, e não pôde deixar de pressionar a mão levemente contra o peito, debatendo se deveria ou não tomar algum remédio. 

Pedro olhou para ela e perguntou: “está se sentindo mal?” 

Amélia balançou a cabeça levemente: “Não, Está tudo bem.” 

ela notou a farmácia não muito longe, e seu olhar pausou por um momento. 

Pedro percebeu a pausa no olhar dela: “Você está se sentindo mal?” 

Amélia sentiu–se um pouco envergonhada: “Sim, acho que não dormi bem ontem à noite e não comi muito hoje, então meu estômago e intestinos estão tendo uma reação de estresse.” 

Pedro franziu a testa: “Reação ao Estresse do estômago?” 

Como se para responder à sua pergunta, uma onda de náusea subiu em Amélia e ela não conseguiu se conter, cobrindo a boca com a mão enquanto fazia uma ânsia de vômito. 

Capitulo 11 

Pedro guardou o celular e levantou–se: “Vamos comprar um remédio antes, você vai ter que aguentar muitas horas no avião ainda.” 

Amélia assentiu com a cabeça. 

A farmácia estava logo ali, e ao seu lado havia um restaurante, o aroma rico da comida com seus sabores de peixe e gordura irritava o estômago não tão resistente de Amélia de vez em quando. 

Ela levantou a mão para cobrir o nariz e se dirigiu à atendente do balcão, pedindo uma caixa de remedio para o estómago. 

A atendente era uma farmacêutica registrada, que perguntou com cautela: “Está com Diarreia?” 

Amélia negou com a cabeça: “Não, é só uma sensação de náusea.” 

A farmacêutica: “quanto tempo isso está acontecendo?” 

Amélia: “Começou só hoje de manhã.” 

Farmacêutico: “Há quanto tempo isso está acontecendo?” 

Amélia pensou por um momento: “Comecei a sentir náusea e vontade de vomitar pela manhã, depois do café melhorou, mas à tarde não sei o que aconteceu, de repente…” 

Amélia parou de falar de repente, uma suspeita vaga atravessando sua mente, seus olhos se arregalaram ante a possibilidade dessa conclusão. 

Alguém passou ao lado com um prato de oden recém–preparado, o forte cheiro de frutos do mar chegou até ela e a náusea que ela havia suprimido voltou com força. Amélia subconscientemente se virou para cobrir a boca e vomitou, Pedro apressadamente levantou a mão para dar um tapinha gentil nas costas dela, enquanto se preocupava com isso e perguntou: “Tudo bem?” 

Amélia não respondeu, apenas olhou para cima, pálida e com uma expressão de pânico e confusão. 

A palma da mão de Pedro em seu ombro não pôde deixar de parar e olhar para ela com preocupação: “O que há de errado?” 

Amélia forçou um sorriso para ele: “Está tudo bem.” 

Rafael observou tudo isso enquanto se aproximava, parando ao ver A cena. 

Pedro, com o braço sobre o ombro de Amélia, tinha um gesto que parecia reconfortante e intimo, ele estava a uma distância que permitia ver o sorriso suave de Amélia para Pedro e o olhar cuidadoso e admiração oculta nos olhos de Pedro. 

Rafael nunca imaginou que veria Amélia encostada intimamente nos braços de outro homem, sorrindo para ele com seu sorriso suave e único, e a imagem fez seu coração se apertar. 

Ele não sabia por que tinha vindo. 

Capitulo 11 

Sabendo muito bem que esse homem existia, ele decidiu vir mesmo assim. 

Ele e Amélia já se haviam despedido, não havia necessidade de uma segunda despedida. 

Deixar Amélia também não era necessário, partir foi a escolha dela, e ele respeitava essa escolha, incluindo a decisão dela de ficar com aquele homem. 

Ele inclinou a cabeça sem expressão, sem se importar com nada, e se afastou mais uma vez. 

Após suprimir o desconforto no peito, Amélia empurrou Pedro inconscientemente e girou, seu olhar inadvertidamente varreu a janela de vidro, e a silhueta familiar que passou reflexa na janela a fez hesitar, virando–se de novo. 

A multidão fervilhava Atrás dela, mas a conhecida silhueta alta não estava lá. 

Ela franziu ligeiramente os lábios, afastou lentamente a linha de visão e olhou para a equipe da farmácia: “Bom dia, por gentileza, eu gostaria de uma caixa de teste de gravidez.” 

Pedro a olhou de repente. 

O atendente também lançou um olhar surpreso para Amélia, mas ainda assim pegou uma caixa de teste de gravidez e a entregou a ela. 

Amélia foi ao banheiro. 

Durante o curto periodo em que esperou pelos resultados, seus pensamentos estavam vazios e um pouco confusos. 

A sensação era ainda mais vazia do que havia sido durante sua primeira gravidez. 

Naquela época, ela estava apenas confusa, em pânico, sem saber o que fazer. 

Agora, era uma vaga quietude mortal. 

Ela nunca tinha pensado em engravidar, desde o momento em que assinou o acordo del divórcio e saiu daquela casa, ela e Rafael haviam terminado completamente. 

Ela não queria mais ter qualquer ligação com Rafael pelo resto de sua vida. 

Mas e se estivesse realmente grávida? 

Os dedos que seguravam a caixa do teste apertaram um pouco mais, tornando as juntas pálidas. 

De repente, ela ficou apavorada com os resultados. 

Ela não sabia por que a vida tinha que lhe pregar uma peça dessas novamente, pegando–a desprevenida justamente quando estava pronta para começar de novo. 

Se estivesse grávida, deveria manter a criança? deveria informar Rafael? Cada questão a deixava perplexa. 

3/4 

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